top of page
Search

A base do saber psicanalítico

  • Writer: Mateus Gaiotto
    Mateus Gaiotto
  • Jan 22, 2024
  • 2 min read

Assim como iniciei meu perfil no Instagram, escrevo aqui sobre um dos temas que sempre vem à mente ao abordar a psicanálise: a existência de um "inconsciente".

 

Mas o que é o inconsciente?

 

Essa é uma pergunta que intriga as pessoas desde sempre e também hoje em dia ao se depararem com a psicanálise ou quando decidem iniciar uma análise.

 

De acordo com Freud, o inconsciente é uma parte de nós à qual não temos acesso direto, mas que exerce profunda influência em nosso comportamento, sentimentos, sonhos e até mesmo em nossas doenças.


Podemos conceber o inconsciente como um baú profundo onde armazenamos uma variedade de elementos: nossos desejos, nossas memórias mais antigas, medos, angústias, culpas, traumas etc. Em resumo, tudo aquilo que nossa mente considerou necessário manter afastado da consciência, mas que não deveria ser descartado, pois nos fazem ser que nós realmente somos.

 

O inconsciente não descarta nada.

 

Para ele, a contradição entre as coisas não existe. Categorias como finitude, morte, ausência, certo ou errado, antigo ou novo, amor e ódio etc. não atuam sobre seus conteúdos. Elementos opostos podem coexistir nesse grande baú, pois seu objetivo é a busca por satisfazer os próprios desejos, muitas vezes desconhecidos por nós mesmos.

 

É o local onde guardamos tudo aquilo que não queremos ou não podemos enfrentar conscientemente, e esse ato de guardar tantas coisas pode gerar, por si só, um sofrimento. A partir dessa compreensão, Freud, após anos de pesquisa e com a ajuda principalmente dos Insights de suas pacientes, desenvolveu o método psicanalítico. Uma abordagem que utiliza a fala (associação livre) para nos permitir ouvir os rastros desse inconsciente, confrontando-nos com aquilo que está guardado e que pode estar causando problemas.

 

Apesar de falar várias vezes em “Local” ou “baú” quando me refiro ao inconsciente, da mesma forma como ponderei naquele meu primeiro post de Instagram, “O inconsciente” não existe materialmente, não é possível apontar no cérebro (até porque ele também é corporal) o local onde ele está. “Inconsciente” é um conceito metapsicológico, assim como vários outros, que nos ajudam a entender o funcionamento da mente humana. Nos ajudam a dar nome àquilo que percebemos em ação.

 

No entanto, como podemos conhecer nosso inconsciente, sendo ele tão misterioso e inacessível?

 

A resposta? Não podemos.

 

O que temos acesso são as traduções desse inconsciente que chegam até nós realizadas pelo nosso pré-consciente e nosso consciente. Quando falamos de nós, estamos falando de traduções das vivências que o inconsciente guarda.

 

Freud nos ensinou que existem formas de vermos onde o inconsciente aparece traduzido por meio de algumas pistas aparentes na nossa vida cotidiana. Essas pistas incluem atos falhos, lapsos de memória, chistes, sonhos e sintomas.

 

Em futuros textos, pretendo explorar essas pistas mais detalhadamente!

 

E aí? Você tem alguma dúvida? Me manda para podermos conversar e, quem sabe, resolvê-la!

 
 
 

Recent Posts

See All
Sobre a "patologização" da vida

Primeiramente o que é patologizar/patologia? "Patologizar" é um verbo transitivo que envolve considerar algo como patológico ou...

 
 
 
Sintoma e sociedade

Atualmente, no grupo de leitura que coordeno, estamos discutindo o livro "Sociedade do cansaço" de Byung-Chul Han. O autor apresenta a...

 
 
 
Psicanálise e Psicanalistas

A qual escola psicanalítica eu sigo/pertenço? Escrevo esse texto tendo em mente um livro bastante importante para aqueles que estudam...

 
 
 

Comments


bottom of page